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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Adquirir controle

Não tenho tempo à perder esperando por um bom momento. Então, assim mesmo, do jeito que estou, vou procurar alguma maneira de propiciar condições de responder o que vivo perguntando, e viver respondendo. Ficar pronta para em mim, e na totalidade, entender as relações de tantas coisas.
Percebi o mundo infectado por ilusões. - Ora, estão tentando me enganar, me alienar, ou minha interpretação é muito fantasiosa? - E ao redor desse mundo, percebi cegos despretensiosos, mas propositais. As mesmas perguntas universais cercando minha mente e multiplicando-se desenfreadamente. Quase confundo imaginação com realidade. Afinal, será que existe alguma diferença? Ou será que já confundi essa esperança e crença de que as ligações são maiores e menos previsíveis do que nossa pequena filosofia supõe e insiste em fragmentar.
Seguindo o conselho: "Look your back in the mirror... and see the true..." Eu, sozinha comigo mesma decifro as linguagens pelas quais me compreendo. Justamente porque interiorizar a visão é importante para exteriorizá-la amplamente. Procurar o mínimo que está escondido no segredo de cada linha de expressão. E, poéticamente olhar a grandiosidade do céu, imaginando a infinidade de dimensões e mundos espalhados pelos espaços que ainda não alcanço. Alcançá-los.
Conectar pensamentos e encarar que quero uma alternativa, um pressuposto não imutável, mas confiável. Talvez eu tenha aprendido, desaprendido, aprendido. Vou tirar meus óculos. Meus pés formigam, mas, não sei se quero mudar de posição. Quer saber? Cada dia destruirei uma conformidade, antes que elas me destruam. Momentos difíceis em que é melhor "não deixar as lágrimas desaguarem em você, porque esta é a hora de adquirir controle".
Eu quero escrever e com poucas linhas conectar o que muitos pensamentos têm a dizer. Essa inspiração vem depois de um reflexo. A luz incide sobre qualquer coisa, mas os meios são refringentes, e os raios luminosos desviam de direção. Há chances de você ver. Há milhares de possibilidades. Possibilidades assimétricas. Injustas, confundíveis. Embaraçadas, estonteantes.
Preciso estar preparada, pronta para ver o que costuma passar despercebido. E os pensamentos que se disperçam? Óh, que crueldade! Precisamos tanto deles e com simples distrações eles se esvaem. E nós, perdemos a energia útil para o pensamento produtivo.
Não tenho tempo à perder esperando por um bom momento. Então, assim mesmo, do jeito que estou, vou procurar o jeito de propiciar condições de responder o que vivo perguntando, e viver respondendo. Ficar pronta para em mim, e na totalidade, entender as relações de tantas coisas. Está na hora de aplicar conhecimentos.
E perder essa mania de publicar postagens grandes.

domingo, 8 de novembro de 2009

Teatro social

As manipulações são discretas, e praticamente impercebíveis ao elenco deste grande teatro.
É de se esperar que humanos, pobres humanos, vivam a negar a eles mesmos, seja para se afastarem dos tão menosprezados seres com quem dividimos o planeta, ou para aparentar com o pseudo-modelo de pessoa ideal.
Há muita sujeira até se chegar a verdade livre dos simbolismos e conceitos tendenciosos da sociedade que não utiliza o cérebro, mas nádegas; enquanto se considera racional e dominante de seus instintos. Ou, da "arte" de disfarçar instintos, com virtudes e regras comportamentais tão desprezíveis quanto o resto da prisão que constroem em volta de si e dos outros, enclausurando idéias e ideais, alegando estar em busca pela liberdade.
A alienação chegou em tal estágio, que opiniões próprias, dúvidas e porquês resumem-se em crises de uma hora. Parece um crime querer entender o ser e o todo... Mas, azar de quem não tenta. A pena será pagar com uma vida previsível e tão inútil quanto a falta de qualquer consideração, mesmo que efêmera.
Não aceito que com âmagos tão subjetivos e singulares, (in)conscientes tão diferentes individualmente, tantas pessoas consigam aderir a massificação.
Pode até ser um sonho. Mas, ao sonhar, mesmo que involuntáriamente, desobedecemos leis de física e espaço, desprezamos o tempo... Outro sonho! Simplesmente não quero acordar e como outros humanos, sujeitar-me a ser acostumada com a venda de personagens e ingressos para o grande teatro social.

Nota sobre doações

Um tanto quanto desconfiada sobre o altruísmo dos humanos, pensei:
Os que não tem coragem de abandonar sua vida míope e entranhada de falsos valores capitalistas, consideram suficiente para saciar sua dívida existencial, as pequenas ajudas aos desprendidos de riquezas materiais, seja por opção, ou não. Nada contra, pelo contrário: acredito que o bem estar coletivo deve ser uma meta para conseguir exercer a vida feita de atos justificáveis. Mesmo assim, há coisas muito mais profundas a serem transformadas nos íntimos para que se possa considerar "feita a sua parte".

domingo, 18 de outubro de 2009

Choques artísticos e filosóficos entrelaçados

O corpo parece ser uma prisão, da qual a filosofia, nos faz escapar - e não escolher entre uma natureza e outra para que alguma triunfe, mas, capacita o desenvolvimento pleno em todos os aspectos da existência - e também nos liberta: nos joga num aparente abismo rumo a algum lugar claro, onde possibilidades são mais que uma idéia vaga de imaginação.

Naquela noite, Artur foi apreciar o espetáculo circense que a poucos dias se instalará na cidade. Temia não saber mais como se divertir.
Sentou-se e viu a bela bailarina com seu colã brilhante subir até o trapézio. Será que essa era a vivacidade que faltava para alagar seus dias e seu humor seco? O que fazia alguém escolher fazer todos os dias algo intenso, enquanto ele, estressava-se em prol de algo vazio? Não entendia, temia entender.
É provável que o responsável por isso seja seu temor.
Nos bastidores daquela lona colorida, Arla preparava-se para sua apresentação e constata que o telefonema ao qual tanto esperou, que trouxe coragem ao seu próximo número, foi fruto de um cochilo. Na verdade ninguém a incentivou a arriscar-se
. Mas era uma necessidade implícita naquela trapezista.


Sou inundada com conjuntos de pensamentos e atitudes conectados que me fazem aspirar o saber. Inspirar, expirar, prender a respiração. E buscar uma verdade não para tranquilizar, mas, que em sua totalidade não se submeta ao mundo categóricamente previsível e talvez por isso limitado.

Arla nada via além do trapézio a sua frente e suas mãos ensaiando breves movimentos de dança formando a arte sequencial.
Enquanto isso, com olhos fitando a trapezista ao soltar
a mão do trapézio para depois se apoiar novamente, Artur percebeu que uma vibração fora do normal se expressou. Aqueles braços pareciam não mais alcançar o trapézio.
Espere!
A rede de proteção não estava mais lá!


Tudo é conectado. Somos uma grande rede de idéias, influenciados o tempo todo pelos mais diversos tipos de interação: entre o sensitivo e o racional, o individual e o coletivo. Ação e reação que não se neutralizam, mas que formam forças que se misturam mutuamente.

As luzes não tinham mais o mesmo brilho ofuscante, pareciam mais uma curva perturbadora de um terrível desfecho.
Arla estava caindo.
E cada milésimo de segundo que passara, parecia mais coberto de sentido. Sua coragem deveria ter sido o alimento de cada passo, cada pequeno vôo. Deveria ter sido a garantia de que qualquer obstáculo e tropeço teria fundamento. E que desistir não seria abandonar apenas seu espetáculo, mas sua energia vital. Sua paixão e entusiasmo que alimenta o pensamento. O poder de agir e não cessar nunca o desenvolvimento. De realizar-se, de dar sua marca a vida, de criar o seu destino.
Afinal, o show não pode parar.

Procuro o entendimento que seja mais que uma lanterna onde as pilhas logo acabam, procuro o entendimento que amplie minha visão. Que se submeta ao questionar e ao mudar, e isso faça minha razão aproximar-se do tão real quanto os sonhos. Sonhos que estabelecem uma comunicação entre os sentidos e o esquecido, o consciente e o inconsciente; tudo que for possível, aquilo que julgam impossível. Não por talvez ser capaz de tudo e realizar grandes coisas; mas, pela ambição de ter toda liberdade e capacidade de tentar.

Artur não desprezou a arte dos riscos. Foi embora como se fosse o ator principal de "Dançando na Chuva". Aceitou que para buscar a vida, não tem nada a perder. Que aquilo que causou o fim do espetáculo, e a cara de assustado nos palhaços, manifestou a coragem da verdade. A coragem de antes de dizê-las, pensá-las, de vê-las. De ser lúcido o suficiente para ser sincero em relação a si mesmo, de ver o que se vê e se perguntar o por quê.
Era essa a vivacidade que faltava para alagar sua existência, em tempos de extrema seca da humanidade.


Intento a inscrição de novos valores sobre novas tábuas. E a esse criar-se a si mesmo que dá valor aos atos, atos que só se justificam caso estiverem a serviço de uma verdade. Nada é um só, tão pouco é fragmentado por separações de extremos opostos. Somos, e tudo é uma mistura de conectividades. O pleno significado das coisas é, provavelmente, o resultado de toda esfera de respostas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Licença vívida

De que me adianta tantas palavras, se sou censurada nas ações? De que me adianta a liberdade de expressão, se não posso viver a licensa poética? De que me adianta tantas letras, tantos fonemas, em meio a tantas regras para usá-los? Por que o poder dita quem pode e quem não pode? E minha solidão parece tão confortável, porém é o grupo sempre mais forte? A sobrevivência me afasta da vida.

sábado, 22 de agosto de 2009

Ah, e então?

Uma parte que é limitada e mesmo assim não sei bem até onde vai, até onde pode ir. Isso me faz ter uma perspectiva parcial, talvez até distorcida.
Será que alguma coisa, nisso tudo, faz sentido? A vida é sempre um risco. Será que existe alguém, ou algum motivo importante que justifique a vida, ou pelo menos este instante?
Ao menos, eu estou tendo uma perspectiva, estou tentando ir até o final. Estou descobrindo. Me diga o ponto até o qual eu devo ir, que no mesmo instante eu tentarei ultrapassá-lo.
Considero ser melhor dúvidar, questionar, a tomar como decisão uma conclusão momentânea e imutável. Começo a entender a razão pela qual tantos preferem ser uma "metamorfose ambulante". Afinal, é isto que somos aqui e agora, quem sabe até perdidos numa concepção inventada sobre tempo e espaço, e daqui a pouco em outro lugar, ou sem mover um único milímetro nos ponteiros do relógio, o que importa - se é que algo realmente importa- é que em um finito e limitado lugar como seres pensantes, somos uma infinita e ilimitada construção. Construção essa que não termina com uma simples - e provavelmente mutável - resposta, pois são muitas as dúvidas, muitos os desmoronamentos e os avanços. Quem sabe, este apetite não seja saciado enquanto estiver presa a parte limitada.
É importante transformar em atos aquilo que, no momento, for racionalmente a verdade livre de disfarces que visam a sútil arte de ignorar a realidade e mascará-la eufemisticamente. Excedendo o limite do pensar e tornando os pensamentos concretos, a sua continuidade é uma forma de afastar a ignorância proposital. Com certeza, melhor do que não avançar a partir dos fundamentos, ou nem se quer te-los.
Temos que agir. Palavra, imagem, som, que hoje são canais de opressão, devem ser conquistadas como forma de liberação. Não basta consumir cultura, é necessário produzi-lá. Não basta gozar arte, é necessário ser artista. Não basta produzir idéias, é necessário transformá-las em atos concretos e continuados.
Acrescento: não basta historiar filosofia, é necessário pensar.
E se ao final da vida - a morte caracteriza algum final, ou algum início? - não conseguirmos fazer todas as perguntas e encontrar todas as respostas, na pior das hipóteses teremos tentado. Não será uma vida por inteira inútil - é o que eu espero! Teremos aproveitado a chance de perceber, utilizado o que conseguirmos e aprimorado alguma capacidade. Embora nossa mente e sentidos sejam limitados e talvez incomparáveis a grandeza do todo - do que, ironicamente nem conseguimos imaginar - fazemos sim parte de alguma coisinha. E nesta coisinha insignificante que dispomos, talvez possamos construir algo significativo. Temos de ter essa esperança de não ser um adorno decorativo, um acaso do destino, não por auto-engano - como diria um grande pensador que conheço - mas, para que nos sintamos participantes, como ativos do universo e sua gama de possibilidades, perspectivas e entendimentos.
Acredito que só assim: tentando, pensando, criando é que alcançaremos a ultrapassagem do que era insuficiente para nos tornarmos livres, para agir não somente seguindo instintos ou estímulos exteriores, mas à nossa razão prática, e conscientes de... de tudo que for possível! Especialmente de que pensamentos e ações precisam estar interligados para estarem vivos, para não se viver por viver. Tornando essas ações justificáveis, vivendo sem repudiar a vida, e a beleza que só é bela por seus mistérios e intrigâncias que provoca. É um prazer ter a vontade de descobrir, experimentar, ser, mudar, entender, verbalizar e agir.
Quando nos voltamos para algo sem qualquer outro interesse de vivenciá-lo o mais intensamente possível, nós ultrapassamos as fronteiras do que podemos saber.

Revolucionar.
Cada momento, cada acorde, cada olhar. Tudo tem um quê faltando desvendar. E depende de nós. O que nos impede? Não me diga! Se você não se empenha em coisas que parecem impossíveis, então você é pessimista demais para mim.

E se você dormisse? E se você sonhasse? E se, em seu sonho, você fosse ao paraíso e lá colhesse uma flor bela e estranha? E se, ao depertar, você tivesse a flor nas mãos? Ah, e então?


Obrigada a minhas inspirações, aos autores das citações, e que todos esses pensamentos sejam lembrados dinâmicamente, por alguém que estiver inventando, criando e agindo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Não vou mais insistir

- Não vou falar, também não vou acumular um rascunho sentimental. Eu lembro bem de tudo, e se eu viver até lá, penso que não vou insistir. Penso que vou reavaliar, e não vou mais pensar nisso. Não vou mais insistir.
Foi assim que encontrei o papel amassado com mais emoção de toda história da minha vida. Mas, quem foi embora foi ela, quando decidiu que não se empenharia. Foi como atirar em alguém que desarmou você. É como gastar tempo de uma breve vida, na maior besteira que você já ouviu falar. É como rascunhar linhas, do que poderia ter sido o mais belo conto.
Lembro de quando ela discutiu com seus princípios, nunca vi alguém tão teimosa, nem que esteja tão propícia a mudar de idéias, com seus pensamentos frenéticos e cautelosos que só ela é capaz. Deitada com a cabeça em minha perna esquerda, deixando seus cabelos completamente fora do eixo, com os pés balançando no braço do sofá, ela dizia, ela berrava, ela sussurava - Eu quero me contentar, quero conseguir ouvir uma música e esquecer todo este turbilhão. Não consigo ficar sozinha, não consigo ficar em silêncio. Eu quero mais de mim, eu não quero você.
Ela secava minhas fontes, matava meu ego, mas não era por manipulação. Ao contrário, ela dizia o que precisava, o que realmente queria dizer. Essa lembrança me incomoda. Me incomoda esse riso-suspiro que ela desperta mesmo longe de mim. Quando acordava de manhã, se arrastava até a torneira com a água mais gelada que podia encontrar, e formava uma poça de água em suas mãos não tão frias. Então, apertarva seus dedos no rosto, esfregava os olhos e paralisava todos os músculos faciais. Não queria expressões, ela não queria riscos. Um desenho sem cor, uma tela covarde.
Um mistério que eu desfiz, desfiz o caminho para desvendar. Se eu desvendasse, não me surpreenderia, eu não desejaria. Nossa história se estragaria. Eu fugiria, eu fugiria dela de qualquer jeito. Não seria capaz de suportar sua liberdade, não suportaria ela sendo ela, nada mais que ela. Sendo capaz de libertar-se dela, e ser tudo mais.
Depois de tanto tempo, não posso falar, nem agir como se o destino fosse o responsável por tudo. Eu poderia ter ficado em silêncio, e não teríamos dúvidas, seria fácil parar. Ninguém veria nosso lado de dentro. Mas não posso me esconder de mim mesmo. Eu sempre soube, e vou saber quando estiver lá, longe. Sempre foi diferente, incrível, e é possível, é factível, mas é só um devaneio. Minha fantasia real. É estranho, mas não é nada de mais.
Ela não acreditava no amor, ela não acreditava em mim, ela não acreditou em nada. Ela acreditou com tudo o que tinha. Eu acreditei nela, acreditei em meus falhos sentidos, acreditei em tudo. Mas não acreditei com nada. Eu disse a ela que iria embora. Vai passar. Mas, eu lembro bem de tudo. Não vou falar, também não vou acumular um rascunho sentimental. E, se eu viver até lá, penso que não vou insistir. Penso que vou reavaliar. Nada vai restar, e não vou mais pensar nisso, não vou mais insistir.
Vou amassar esse rascunho, e deixar casualmente ao lado de seu café preto e sem açúcar. Com toda emoção que eu não desejei ter. E irei embora, vou destruir qualquer chance de rever alguma de suas originalidades. Não me permito inovar, não, porque nunca me permitirei arriscar no que vale a pena.
Com toda efemeridade que eu posso deixar, e nenhum vestígio de amor. Foi o que restou de

Meu admirador secreto.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Quem sabe?

Por que eu não sei?
Por que todos sabem?
Eu sei?
Por que eu não deveria saber?
Por que ninguém sabe?
Trazia uma nostalgia constante e abrangedora. Tudo era capaz de se tornar inútil. Tão inútil quanto a sede de saber o significado da obra de um acaso. Ninguém, nem um ser humano poderia domesticar as respostas de um universo selvagem. Mais selvagem que os instintos e sentidos que desconhecemos. No entanto, todos aqueles que não consideram suficiente o pouco mérito, deveriam tentar. Mérito não é nada, nada quando os outros te caracterizam por isso. Um diploma, uma medalha, uma placa pendurada na parede. Parede que será posta ao chão, quando sair de moda. Moda não é nada, nada porque os outros se caracterizam por isso.
Mas tudo é tão simples, tão acolhedor. Qual o motivo de destapar a maledicência pungente e satírica? O frio entrará, nunca mais será cômodo permanecer indiferente, tampouco ter as mesmas reações diante de diferentes aguilhões. Acontece que o frio apaixona. Tanto por seu arrebate de impressões, quanto pela encolerização do calor. "O dia se torna noite, o quente frio e o frio calor." Fere, mas instiga, é o que remete a avançar.
Pensei ser audaciosa, me surpreendi. Muito mais que isso. Tentei o discipulado de mim mesma, levando em conta a incapacidade solitária de concluir sem antes transigir ou ser acrescentada por e sobre qualquer ocasião. Preciso, mas, não só. Um é pouco, e números não são nada. Não há vírgula quando o 'e' indica somatória.
Ainda bem que o guru me adivinhou. Se não, poderia esquecer do que devo fazer. Do que fui predestinada a ser. Minha missão. Minha incrível missão de ignorar tudo isso que julgaram para mim. Obrigada a todos, por me estimular a mudar, a pensar! A repetir sem ser ouvida, muito menos entendida. Não vai durar. Daqui a pouco vão esquecer que a mãe do ex-prefeito da cidade ao lado morreu, talvez esqueçam mais cedo que a morte do... bom, você escolhe quem, não faz diferença. É que ela não rende tantas reportagens. Mas, é tudo passageiro. Tão passageiro, que morreram. E no único crematório do estado, será que vai restar alguma cinza do que foi? Do que foram predestinados a ser? Ou será que no velório, distorcerão a verdade da incrível missão que exerceram sem querer?
Todos estão ouvindo, não sou só eu. Ninguém está se importando, talvez nem eu. Todos estão enganando, mas, não a mim. Questão de sorte, de um dia começar. Cada um a sua maneira, cada um correndo seu risco. Correndo dos riscos. Extraviando rabiscos e copiando traços. E em cada um desses passos um espaço, espaço grande demais. E nem que fosse parte dos normais, seria fácil transpor tantos retalhos devassos. Nossa ponte é mesmo o traço. Mas nunca o mesmo. Artificialidade, sociedade. Presas no espelho, traçadas e pintadas da mesma cor. A verdade pode ser repetida, mesmo que seja mentira. Não vai ser absoluta para quem não for igual. Ninguém é igual. Nem se importam com a veracidade. São iguais. A liberdade é livre, não tem graça ter se não for inteira.
Engraçada ironia. Engraçada capacidade incontrolável de rir das futilidades alheias. Talvez os risos eram fúteis. Não eram, porque eu os defendo. E digo que essas distrações fazem parte do método, é melhor que desistir. Não que isso justifique, mas ajuda a procurar justificativas. Então, acho que me torno parcial. Todos são. Não quero continuar falando do valor de uma coisa, sem atender à sua estimação ou circunstâncias. É só imaginação, não tem nada a ver com você. É apenas um pedaço de carne, recebendo estímulos e fantasiando com as loucuras do mundo.
Ainda estou viva, já não sei se é suficiente.
Quem poderia? Quem quer? Quem sabe? Quem diz? Quem escreve? Quem acredita? Quem é?
Por que eu não deveria saber? Por que ninguém sabe?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A curiosa

Os olhos castanhos amarelados da curiosa esbugalharam-se, procurando ao redor de si algo que a desse direção. E, por incrível que pareça, ela cuidadosa e delicadamente apertou o botão do interruptor e o desligou.
Foi quando a luz apagou.
No escuro, a curiosa se sentia a vontade. Dessa maneira, ela possuía um mundo inteiro para redescobrir, tudo seriam novidades. E ela poderia ficar o tempo que quisesse matutando sobre o que julgasse necessário, sem perceber as paredes do quarto cor de âmbar ao entardecer. A moça não via o tempo passar no escuro. O mais surpreendente, era que todas as vezes que fazia isso, tropeçava em algo que deixara espalhado pelo chão do piso recém lustrado. Nessa movimentação toda, uma pequena brecha da cortina de tecido leve, deixou escapar uma beira de luz. O que a instigou muito.
Foi quando tropeçou.
E tropeçou em algo que ela conhecia, utilizava de vez em quando, mas sempre esquecia onde guardava. Tropeçou na sua consciência. Na consciência que aprendeu a deixar guardada, trancafiada em uma espécie de caixinha. Uma caixinha difícil de abrir e libertar. A caixinha não era azul, nem vermelha. Não era de vidro, nem de madeira. Mas, a caixinha existia e a consciência também. Dessa vez, sem nenhuma ajuda mecânica, mas, por deixar fluir o pensamento, viu que não poderia confiar plenamente em seus sentidos, no que as outras pessoas definiam como certo ou errado, como bonito ou feio, como palpável, real ou como impossível, ilusão.
Foi quando percebeu que de vez em quando o escuro faz bem para ver tudo que se vê.
A curiosa, foi tentando abrir a caixinha. Fez parte de um processo essa ruptura. Precisou esvaziar suas mãos, concentrar-se naquilo que fazia, sentir-se independente de qualquer outro conceito, se não o seu e tentar entender o sistema que queria fechar, para conseguir abrir. A luta contra a caixinha que havia dentro dela, era a mais difícil de todas já enfrentadas antes. Assim como é a mais intensa, a mais decisiva, mais importante e constante. Depois de aberta, ela transborda.
Foi quando a luz acendeu.
E fez com que ela observasse que depois de aberta, não queria de jeito nenhum fechá-la, afinal, era maravilhosa a sensação de controle de si mesmo, dos seus pensamentos, das suas próprias interpretações. De desconfiar, duvidar, e ter coragem para fazer diferente. Só que isso, ah espect atores... Isso é mais difícil quando as luzes do teatro se acendem, e todos estão interpretando, satisfeitos com o teatro, enquanto quem abre a caixinha quer sair daí. Quer improvisar, criar o próprio texto, viver intensamente as cenas, criar uma nova peça. Quebrar as regras, abolir o texto, as cenas, as peças e entender, e viver. A menina curiosa, constatou que isso é mais difícil quando a luz acende e você além de enxergar seus ideais, enxerga que poucas pessoas resistem ao brilho da indiferença, a luminosidade e conveniência da conformidade.
Foi quando a luz fez arder seus olhos.
Os olhos dela arderão ainda mais, e nenhum eufemismo de efeito colírio ajudará. Creio que o potencial para manter a caixinha aberta, e a consciência livre não se perderão, e se bem exercitados se expandirão para muito além de qualquer concepção expressável a alguém que não esteja abrindo sua caixinha. Muitos tentarão convence-lá a fechar os olhos para que não ardam mais. Só que não percebem, que esse empecilho incomodo, não é nada a se comparar com a ardência da curiosidade de ter um mundo inteiro para redescobrir. Nem essa ardência é pior do que estar com os olhos fechados.

Foi quando ela decidiu assumir seu desejo indiscreto de saber.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mais que amor, dinheiro, fé, fama, justiça... Dê-me verdade!

" Andarei eu a longa estrada? Nós todos andaremos a longa estrada..."
Eu costumava viver, e ignorar ás vezes que eu me questionava por que. Somos adestrados a seguir as regras da louca sociedade, a colocar as máscaras do mundo vazio. Só que chega uma hora, em que as dúvidas que sempre me cercavam, acabam tomando conta de todo o meu ser. Quando isso aconteceu, abri meus olhos e vi que a futilidade é abundante e que quando as pessoas acham que se pensarem demais não vão viver, aí sim é que não vivem e se submetem a serem marionetes de um sistema irracional.
Eu sabia que haviam regras demais, ganância e soberba demais. Então eu percebi, que precisava sentir cada centímetro de mim mesma, sentir meu coração bater, o ar entrar e sair de meus pulmões como se fosse a última vez que pudesse respirar. Ser intensamente, o que quer que eu fosse.
Sabe, essas criações malucas, opressão, obrigações, todas essas coisas que dominam e entediam o homem... Não faz nenhum sentido viver por isso. Não faz sentido deixar para trás meu vigor, minha energia, a verdadeira vivacidade e passar meus dias tentando transmitir a alguém superficial esses valores imaginários que nunca vão me satisfazer, que não fazem parte da minha essência. Isso nos impede de por alguns momentos, conseguir ser quem realmente somos. Onde está a liberdade? Onde está a sinceridade? Onde está a simplicidade?
Eu só tenho o presente, e não sei quanto tempo isso irá durar. Não terei todas as respostas, e tudo que eu tenho a fazer, é abandonar o que destinaram a mim, e tentar. Buscar o que me motiva, o que me faz bem, voltar as origens. Voltar a natureza, a paz da infância, ao tempo que não se precisava esconder e nem provar nada a ninguém. Que relações com os outros, eram menos interesseiras, e feitas de momentos felizes, a consequência de estar bem consigo mesmo, transmitindo isso as outras pessoas. Voltar ao tempo em que se construía, e não recebia tudo pronto.
Pode ser difícil ser livre, ser diferente, querer conhecimento e ter que viver em uma sociedade repugnante... Estar solitário ás vezes, se decepcionar. Discordar do que a maioria das outras pessoas nunca pensaram em sequer questionar. Contudo, mais difícil ainda é continuar ignorando e negando a nós mesmos, o que sabemos que está errado, o que precisamos mudar.
Já estamos traçando nosso caminho, mesmo sabendo que não sabemos, mesmo querendo parar antes de seguir em frente, ou voltar, todos nós andaremos a longa estrada. E unicamente nós, temos a oportunidade de direcionar nossos passos. Ser carregado pela multidão, ou andar com os próprios pés. Sentir-se forte, estar vivo, ou desperdiçar toda a beleza e mistérios que o universo tem.
O importante é tentar. "Mais que amor, dinheiro, fé, fama, justiça.. dê-me verdade!"

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ser em si

Tornando as coisas claras, tentando concordar com meus pensamentos.
As placas me dizem o que fazer: um longo caminho a percorrer. Sacríficios que eu nem sei o por quê. E quando chegar, talvez eu queira voltar. Então encontrarei espalhadas as perguntas sem respostas. As respostas que não apresentam solução e a solução equivocada que foi imposta. O erro que se espalhou pelo chão. A procura que não se cansa e que também não encontra o que está estampado no coração. O sentimento que trás esperança, a esperança que morre ao dar o primeiro passo na rua.
Então me levantei. Meu olhar se projetou diretamente ao espelho. Aquela que eu via, não era mais a mesma. A mudança não foi brusca, só não a tinha percebido antes. Foi no jeito de eu me ver, de ver o todo e ver o nada. Na convivência pacífica da euforia e da paz dentro de mim. No brilho do meu olhar. Na minha capacidade de traçar metas, e acreditar que eu posso alcançar.
A mudança foi no otimismo exagerado que não existe mais. Não existe, porque as ilusões também se foram. Não há pessimismo também. De exagerado só a corrida atrás do que é verdade, e de transformar essa verdade. Viver a realidade sabendo que eu posso agir quando quiser. Quando o comodismo deixar. Me sinto melhor movimentando o mundo.
Hoje o vento no meu rosto, o som nos meus ouvidos e o frio na minha pele é suficiente. Amanhã, quero duvidar das minhas certezas, quero viver todas as metamorfoses possíveis.
E as novidades, as mudanças que eu tanto queria, eu encontrei. E foi dentro de mim mesma.

" Com os olhos olhava o que eu lembrei quando andava indo em outra direção. Ou será que fui eu que dali mudei, com uns passos mudos de uma reticência? Como imagens, como invenção... Como miragens, como ilusão... "
" Nós somos atômicos, esforço do amor a estar em um mundo sem extremidade... Se desvaneça! "

Um beijo

domingo, 5 de abril de 2009

Me dê um sorriso inesperado

Não adianta dizer que não existe amizade, quando não somos os amigos ideais. Que não existe amor, se não nos entregamos com todo coração. Afinal, tudo o que acontece somos nós dissipando sentimentos, como uma tempestade de areia. Podemos fechar os olhos, dar as costas, mas, em algum momento, algo vai nos afetar.
Então, você tenta perceber de onde surgiu aquele pequeno grão de areia, que poderia não ser nada, mas ao atingir seus olhos se torna intensamente maior e mais poderoso do que imaginávamos. E se pararmos para pensar, talvez não tenhamos o poder de escolher para que lado irão os grãos que espalhamos pelo mundo a fora. Pode ter afetado alguém que não tenhamos notado. Porque passamos muito tempo com os olhos fechados, olhando só para um lado.
Francamente, isso tudo é tão grande que eu gostaria de ter milhões de olhos e sair voando para poder tentar entender a grandeza da natureza, dos pensamentos, sentimentos e toda essa mágica que faz do que chamamos de vida uma experiência tão fascinante, tão louca. Tão vasta, incompreensível.
É tão triste, quando não temos alguém com quem compartilhar nosso intímo mais profundo. Mas não deixa de ser maravilhosa a sensação de que somos a melhor companhia que podemos ter. E que podemos viajar pelas terras mais distantes, ultrapassar as maiores barreiras se o coração e a mente estiverem abertos. Chorar e ouvir uma música triste também é viver. Não haveria tanto prazer na alegria, se nunca ficássemos tristes. Não haveria tanto prazer ao chegar ao topo, se nunca estivéssemos lá em baixo.
Talvez isso seja tão óbvio, e o que precisamos é de algo, de alguém, que nos tire o fôlego. Que nos surpreenda, coisas completamente diferentes. Ideologias novas. Palavras sinceras, atitudes verdadeiras. Não quero nada do que eu já vi por aí, eu preciso me transformar nessa noite. Todos nós um dia, teremos que nos desprender do casulo que criamos. Da prisão do medo, da vergonha, do pensamento dos outros. E voar com nossas asas, com coragem e vontade, para o lugar que nos faça bem.
" ...Pensando no jeito que o vento pode mudar a maré. É um gesto humano, quando as coisas dão errado. E meus olhos são espelhos. Deixe-me voar para terras distantes... "

segunda-feira, 9 de março de 2009

O sentido da vida? É para frente...

Sempre em frente, sem parar... Se errar o caminho, escolha outra estrada, e não olhe para trás.
Chega de andar em círculos, não saber onde se quer chegar; vamos acabar com essa história de 'deixa a vida me levar'. Precisamos saber nosso destino, para encontrar a melhor direção a seguir. Voando, andando... Seja como for, não desista por tropeços no caminho.
Não entre na contra-mão, se você sabe que é o lado errado, não insista. O que é, é, e o que não é, simplesmente não é; isso dificilmente irá mudar!
Sonhar é bom, mas melhor ainda é realizar e para isso, longas estradas estão esperando ser percorridas. Ficar parado não leva a nada, literalmente. Tantas paisagens a serem observadas, não tem porque se contentar com o mesmo horizonte sempre.
O pote de ouro está esperando do outro lado do arco-íris, tente pegar, vá até lá. Esqueça essa mania de nem tentar. Quem sabe lá, não encontraremos algo até melhor.
Siga seu caminho de cabeça erguida. Só você pode caminhar e chegar além do que imagina.
Trace sua rota, esqueça o trânsito em volta. A distância não importa, o rumo é que interessa mais. A velocidade é a que você conseguir, mas não pule etapas. Tudo é crescimento e aprendizado.
" Estou há dois passos do paraíso, não sei se vou voltar. Estou a dois passos do paraíso, talvez eu fique, eu fique por lá..."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Escrever não é tão poético como sentir

Escrever não é tão poético como sentir, e depois de semanas sem postar no blog, mas com vários rascunhos, hoje estou aqui.
Vida boa, ainda estou de férias, e completamente encantada.
Dia desses estive na praia, e o que será mais cativante ? O azul até onde os olhos alcançarem em eterna atividade, o som das ondas quebrando brandamente no mar, a areia fofa para caminhar esquecendo os problemas, ou tudo isso compondo com uma ótima companhia? Foi um dos dias mais felizes das minhas férias, e também a reaproximação com velhos amigos.
Estando bem consigo mesmo, é bem mais fácil tornar um dia feliz. Sempre acreditei que todas as coisas, as boas e as ruins aos nossos olhos, tem um propósito de nos ensinar, de nos fazer crescer. E é verdade, as ocasiões sempre existirão, talvez não entendamos de cara, mas um novo olhar sobre o mundo sempre é bem vindo. Experimente ver tudo com uma nova perspectiva, de amor preferencialmente.
E qual é mesmo a parte boa de ser igual a todo mundo? Ah, sim... Você não precisa perder tempo pensando, é só copiar. Não, eu não quero ser assim. Todos nós temos nossas diferenças, mesmo assim, muitas vezes vejo o mundo como uma grande massa.
Por que as vezes é tão difícil se inconformar e fazer alguma coisa? Por que a coragem por vezes se torna rara? Estou falando do sal da terra não se tonar insípido, dos revolucionários não ficarem preguiçosos.
Pode até não ser sensato agir assim, mas é o diferente que me impressiona. É esperar o não e receber o sim, o em cima do muro quando se posiciona. Pode até ser uma provação, sonhos exigem mãos calejadas. Objetivos precisam de determinação, vontades realizadas, e outras abnegadas. Não estou preocupada com o que o mundo lá fora vai pensar, mas quem sabe o conseguir transformar.

" E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. " Rm 12:2