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domingo, 19 de dezembro de 2010

Quantificação (Fechner)

Um dos principais autores a respeito da Quantificação foi Gustav Theodor Fechner (1801-1887) físico, filósofo e místico, Fechner nasceu na Prússia e foi professor de física na Universidade de Leipzig, estudou também medicina, matemática, química. Para ele, o físico e o psíquico não são realidades opostas, mas assim como o universo, uma realidade única. Na obra, o "Pequeno Livro da Vida após a Morte", Fechner também representa relações entre o corpo e o psiquismo, o mundo psíquico e a física.

Fechner foi considerado um precursor da psicologia moderna, por sua relação com uma doutrina (a do Panpsiquismo), uma metodologia experimental (correlacionando as variações dos estímulos e das sensações percebidas) e um conjunto de leis (destacando-se a famosa lei Weber-Fechner). Principiando da teoria de relações entre as propriedades físicas dos estímulos e as propriedades quantitativas das sensações que foi formulada por Weber, e preocupando-se em estabelecer leis e relações matemáticas entre o mundo físico e o mundo espiritual, numa concepção de ser humano proveniente de noções cartesianas.

A lei de Fechner foi desenvolvida em 1850, compreendendo o vínculo entre mente e corpo como possível de entender numa relação quantitativa entre a intensidade física de uma excitação e a intensidade subjetiva da sensação de uma pessoa. Ele instituiu assim, o método das ciências exatas na psicologia o que se demonstrou eficiente, dentro dos objetivos da pesquisa psicológica.

O enunciado geral era S=K log R onde S significa a magnitude da sensação, K uma constante e R a magnitude do estímulo.

"Por volta de 1860, temos a formulação de uma importante lei no campo da Psicofísica. É a Lei de Fechner-Weber, que estabelece a relação entre estímulo e sensação, permitindo a sua mensuração. Segundo Fechner e Weber, a diferença que sentimos ao aumentarmos a intensidade de iluminação de uma lâmpada de 100 para 110 watts será a mesma sentida quando aumentamos a intensidade de iluminação de 1000 para 1100 watts, isto é, a percepção aumenta em progressão aritmética, enquanto o estímulo varia em progressão geométrica." (BOCK, A. M. B. 2002, p. 40)

A base empírica desta lei é que todas as modalidades sensoriais operam em bases logarítmicas, onde o aumento do estímulo, necessário para produzir o menor acréscimo de sensação, é proporcional ao estímulo que já existia.

Estes conceitos presentes em seu legado de psicofísica tornaram-se célebres não só por uma relação mais próxima entre o campo psíquico e físico, mas principalmente por uma possibilidade de quantificação de alguns dados psíquicos, que até o seu desenvolvimento, poderiam apenas ser apresentados no âmbito do qualitativo. Esta quantificação poderia ser feita, à medida que se encontrasse uma maneira de detectar e medir limiares de sensibilidade que possibilitaria demarcar o menor estímulo externo que daria início a uma sensação (limiar absoluto), ou a menor atenção na intensidade do estímulo que faria uma alteração na intensidade do estímulo e produziria uma alteração na sensação (limiar diferencial).

Este método operacional permitiu a comprovação matemática da teoria Weberiana e sua generalização de todas as relações entre processos mentais ou do comportamento com os estímulos externos. E também que existem escalas de intensidade de sensação em cada modelo sensorial.

A psicofísica de Fechner, que surge no seio da filosofia moderna, e com os fisiólogos do século XIX, com todas suas contribuições, representou um avanço importante para os conhecimentos psicológicos, não tentando provar apenas uma psicologia matemática, mas uma mesma natureza que pode se estender a todos os aspectos dos seres.

Não há dúvida da importância da teoria da quantificação para a Psicologia, que procurou compreender a natureza da relação entre os mundos mental e material, tentando demonstrar uma concepção unificada do corpo e da mente, proveniente de uma especulação mística, mas que era dotada de cientificidade; contudo, fica a necessidade de reflexão: até que ponto é bom quantificar? Como atribuir números a processos mentais mais complexos e significativos?

Referências

BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.

CABRAL, A; NICK, E. Dicionário Técnico de Psicologia. São Paulo: Cultrix, 2006.

FERREIRA, A.A.L. O lugar da psicofísica de Gustav Fechner na história da psicologia. Memorandum; 5, out/2003. Belo Horizonte: UFMG; Ribeirão Preto: USP.

MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Edições Loyola. 2ª edição; 2001

SCHULTZ, D. P. SCHULTS, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix,1981.

XAVIER, C. R. A permuta dos sábios. São Paulo: Annablume, 2003.


Daiana Cristina Rauber - História da Psicologia. I Período de Psicologia


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